É bom, é barato e dá MILHÕES!

(menos felicidade a longo prazo) 


O Homem alienado, enquanto artista encontra-se num mercado saturado, a trabalhar numa estética proibitiva, onde tudo já foi criado e posteriormente as suas obras não passarão de variantes artísticas. Karl Marx, na sua obra «O Trabalho Alienado», de 1993, afirma "A realização do trabalho aparece na esfera da economia política como desrealização do trabalhador, a objetivação como perda e servidão do objeto, a apropriação como alienação.", uma perspetiva que continua a ser real, após tantos anos e alterações culturais. 

O trabalhador de uma fábrica tem um propósito especializado, mas existem, ao mesmo tempo, 99 outros postos especializados na mesma área. Nem o produto é único nem o criador se sente importante na sociedade, demonstrando a desrealização do trabalhador, sentimento abrangente à sociedade atual. Acontece assim que o produto não possui qualidade, pois esta objetivação da produção em massa torna-se mais rápida, barata e se se o produto estragar, compra-se outro, levando a uma desmoralização da pessoa enquanto empregado e consumidor. Proporciona-se um ciclo vicioso onde nada importa e tudo é substituível, uma ideologia que danifica a Terra, assim como as vidas de cada um, ao provocar uma necessidade incessante de satisfação efémera que finge ser realizada no ato da compra. Uma solução para esta cultura estereotipada é possuir objetos de qualidade, implementar a ideia de que alguém que trabalha em algo duradouro e único — ou seja que valorize a sua própria arte, e que consequentemente  é valorizado — permita quebrar esta dependência de satisfações momentâneas, no entanto tudo se tornou extremamente fácil, é "só" isto e "basta" comprar aquilo, "encomenda-se", etc. As pessoas desconectam-se da vida, das pessoas em si, vivem como se as atitudes estivessem predefinidas, fruto desta rotina deteriorante, constantemente em busca de mais dinheiro, mais tempo, mais coisas, porém menos qualidade no geral. Criámos uma sociedade mecanizada, rendida às rotinas e ao ato de socializar, ainda que este seja antissocial, "falamos todos os dias!... Por telefone", cresceu a sociedade onde todos estamos automatizados, dependentes dessa condição para nos sustentarmos enquanto civilização, onde espera tudo por nós mas nada é esperado de nós.

“The Trial of the Chicago 7”, resistência e incorporação

  Um dos mecanismos de auto manutenção do capitalismo tardio é a incorporação cultural . Esta consiste na capacidade da ideologia predominan...