Há várias atividades que adoro fazer, mas temo fazê-las, ou mais exatamente, começa-las. Passatempos que sei que vou gostar de fazer, tenho que me esforçar para os realizar. No entanto, consigo passar horas sem pensar nas redes sociais.
Eu pensei sobre o assunto e penso que pode ser devido à falta de endorfinas que recebo ao realizar estas, mas que consigo navegar nas redes sociais sem pensar. O meu cérebro pode estar muito preso à gratificação instantânea que normalmente recebo, que me deixa ansiosa só de pensar em fazer algo produtivo, embora eu goste dessa atividade.
Acredito que somos quase todos vítimas dessa mentalidade, devido ao fato das coisas serem-nos dadas tão rapidamente, como alimentação fast food ou gostos nas redes sociais. São nos dadas essas "injeções" rápidas de dopamina repetidamente até que estejamos viciados em que as coisas sejam rápidas e fáceis.
Se estivermos constantemente a perseguir esses picos de curto prazo, com o tempo o nosso cérebro irá adaptar-se a tê-los e isso tornará qualquer coisa que exija mais concentração ou trabalho muito mais difícil. Trabalhos domésticos, estudar, dominar uma habilidade difícil, etc. Também começaremos a sentir-nos ansiosos quando não estivermos a saciar com o que quer que nos esteja a dar a recompensa de curto prazo, porque o nosso cérebro estará a ansiar pela libertação constante de dopamina à qual já está habituado. O nosso senso de paciência será inexistente e lidar com a vida e com as outras pessoas nunca será fácil porque tudo dá trabalho.
O ideal seria trabalhar em torno do princípio de nos
contentarmos em não sermos gratificado instantaneamente constantemente. Cada
vício, mau hábito, procrastinação é o resultado da necessidade que o corpo tem
de gratificação instantânea. Depois que entendemos como ultrapassar este,
descobrimos a chave para uma vida mais gratificante, em geral.