| Yume ou Sonhos (1990) Akira Kurosawa |
| Brigadoon (1954) Vincente Minnelli |
Nesta segunda ronda decidi escolher dois momentos de dança no cinema… Yume ou Sonhos de Akira Kurosawa e Brigadoon (a lenda dos beijos perdidos), o musical de Vincente Minnelli. Filmes marcados pela presença da pintura, seja o sonho de pintor de Akira ou os cenários fantásticos pintados de Minnelli.
Ambos os filmes contrastam com a vida moderna… acelerada e frenética em B e o grito de Akira para a humanidade em Y.
Ambos os filmes contrastam com a vida moderna… acelerada e frenética em B e o grito de Akira para a humanidade em Y.
Brigadoon, Brigadoon,
Blooming under sable skies.
Brigadoon, Brigadoon,
There my heart forever lies.
Let the world grow cold around us,
Let the heavens cry above!
Brigadoon, Brigadoon,
In thy valley, there'll be love!
Gene Kelly e seu companheiro Jeff perdidos pelas montanhas da Escócia encontram o lugar que não consta nos mapas: Brigadoon e com ele Fiona.
A cena brilhante: a dança entre os dois amantes! é encontro do amor total.
B é o filme de conflito entre sonho e realidade, B desapareceu há 200 anos e de cem em cem anos: a possibilidade de retorno num único dia. Trata-se de uma história de amour fou, o “triunfo do pensamento romântico”, diz João Bénard da Costa; na peça de teatro, os dois americanos descobrem Brigadoon, descobrem o sonho de B mas ele não se materializa no final. Enquanto que no filme o amor tudo consegue, aliás «Brigadoon, Brigadoon/ In the valley, there’ll be love!» é a promessa do filme, era uma vez e portanto será. Gene Kelly recusa a realidade veloz, o presente, separa-se dele e une-se àquele vale, une-se ao amor intemporal.
Blooming under sable skies.
Brigadoon, Brigadoon,
There my heart forever lies.
Let the world grow cold around us,
Let the heavens cry above!
Brigadoon, Brigadoon,
In thy valley, there'll be love!
Gene Kelly e seu companheiro Jeff perdidos pelas montanhas da Escócia encontram o lugar que não consta nos mapas: Brigadoon e com ele Fiona.
A cena brilhante: a dança entre os dois amantes! é encontro do amor total.
B é o filme de conflito entre sonho e realidade, B desapareceu há 200 anos e de cem em cem anos: a possibilidade de retorno num único dia. Trata-se de uma história de amour fou, o “triunfo do pensamento romântico”, diz João Bénard da Costa; na peça de teatro, os dois americanos descobrem Brigadoon, descobrem o sonho de B mas ele não se materializa no final. Enquanto que no filme o amor tudo consegue, aliás «Brigadoon, Brigadoon/ In the valley, there’ll be love!» é a promessa do filme, era uma vez e portanto será. Gene Kelly recusa a realidade veloz, o presente, separa-se dele e une-se àquele vale, une-se ao amor intemporal.
“Sonhos” é o meu filme favorito, não consigo expressar por palavras a magia daquelas imagens, condensam tudo, todas as lições…
É um filme final de vida do famoso Akira Kurosawa, conhecido pelos seus filmes de samurais e por isso, surpreendente; conta 8 contos, 8 sonhos que o realizador teve ao longo da sua vida.
O momento de dança, de parada primaveril (Hinamatsuri ou o festival das bonecas) acontece no segundo sonho, vi um sonho assim…: O Jardim de Pessegueiros. Aqui, Akira critica a humanidade, que destrói a natureza, as árvores, os pessegueiros.
Atraído por ela em rosa, o pequeno Akira aparece noutra realidade, as árvores são agora personagens organizadas numa orquestra vibrante e rítmica. As personagens encarnam o espírito desses pessegueiros, dançando uma última vez para o pequeno, que chora a perda. Para além da critica que Akira faz ao corte indiscriminado das árvores, este conto também aborda o sentimento de culpa, condenação e consequência no pequeno Akira pelos erros cometidos pelos pais.
Y faz o percurso da infância à velhice e explora o contacto com a natureza, no início nos bosques e no final do filme uma cidade dominada pela técnica (os moinhos d’água), marca uma vida. No final, o pequeno já não se esconde por detrás das árvores, ele está consciente e surgem as maiores lições e um último momento brilhante: As much as possible, we try to live the natural way, like people did in the past. These days… people have forgotten they’re a part of nature too. (…) Even worse, the vast majority of people look at those idiotic inventions as if they were miracles and bow down before them. They don’t notice that nature is being lost (…) and it’s lost forever. The polluted air and water go on to pollute people’s hearts.(…) Listen, people go on about how hard life is, but that’s just talk. Honestly, it’s good to be alive. It’s quite exciting. Viva a vida!
É um filme final de vida do famoso Akira Kurosawa, conhecido pelos seus filmes de samurais e por isso, surpreendente; conta 8 contos, 8 sonhos que o realizador teve ao longo da sua vida.
O momento de dança, de parada primaveril (Hinamatsuri ou o festival das bonecas) acontece no segundo sonho, vi um sonho assim…: O Jardim de Pessegueiros. Aqui, Akira critica a humanidade, que destrói a natureza, as árvores, os pessegueiros.
Atraído por ela em rosa, o pequeno Akira aparece noutra realidade, as árvores são agora personagens organizadas numa orquestra vibrante e rítmica. As personagens encarnam o espírito desses pessegueiros, dançando uma última vez para o pequeno, que chora a perda. Para além da critica que Akira faz ao corte indiscriminado das árvores, este conto também aborda o sentimento de culpa, condenação e consequência no pequeno Akira pelos erros cometidos pelos pais.
Y faz o percurso da infância à velhice e explora o contacto com a natureza, no início nos bosques e no final do filme uma cidade dominada pela técnica (os moinhos d’água), marca uma vida. No final, o pequeno já não se esconde por detrás das árvores, ele está consciente e surgem as maiores lições e um último momento brilhante: As much as possible, we try to live the natural way, like people did in the past. These days… people have forgotten they’re a part of nature too. (…) Even worse, the vast majority of people look at those idiotic inventions as if they were miracles and bow down before them. They don’t notice that nature is being lost (…) and it’s lost forever. The polluted air and water go on to pollute people’s hearts.(…) Listen, people go on about how hard life is, but that’s just talk. Honestly, it’s good to be alive. It’s quite exciting. Viva a vida!