Relações: o aceitável e o preconceito


     Neste comentário vou falar de algo pessoal associado, de certa forma, com o conceito de "natureza humana", com o que não é aceitável na nossa sociedade mas é por outras e visse versa, algo que, a meu ver, só diz respeito ao individuo e não à sociedade. 

     Uma das coisas que mais me incomoda, tanto na nossa sociedade como em sociedades de outros países é o estereótipo de que quando se fala de amor ou paixão é instantaneamente assumido que se trata apenas de uma pessoa em questão, esta "regra" de só podermos ter um marido ou uma mulher faz parte da cultura da nossa sociedade e quando se vai contra ela somos olhados de lado ou até agredidos e ofendidos.   

     Ao longo do meu crescimento, sempre me foi dito que um casal era composto por indivíduos de sexo oposto. Nunca me disseram que uma mulher podia ter uma relação com outra mulher ou que um homem podia estar interessado noutro, e quando e finalmente fiz a pergunta "meninas podem gostar de meninas?", a resposta que obtive foi "podem mas não te metas por esses caminhos, isso não é natural". Esta resposta deixou me a pensar, "porque é que não é natural?". Mais tarde apercebi-me que é possível apaixonarmo-nos por mais que uma pessoa, o que me levou a pensar no porquê de nunca ter conhecido ninguém muna relação com mais de uma pessoa.  

     Foi nos imposta esta regra de que uma casal tem de ser heterossexual e monogâmico. Isso não está correto. Um individuo não tem poder sobre quem se apaixona, se é homem ou mulher, se é uma ou múltiplas pessoas. Na nossa cultura alguém que se encontre numa relação com mais do que um individuo é julgada ou não é levada a sério, acham que é uma "fase" e quando formos mais velhos vai passar. Este conceito de "relação amorosa" é um conceito muito fechado na nossa sociedade de hoje em dia e o facto de ser algo para além da regra não é aceite por muitos devido às suas crenças. 

      Há volta do mundo, há diferentes civilizações onde o homem pode ter as mulheres que desejar e a mulher só pode ter apenas um homem e não tem direito a dar a sua opinião quanto ao facto do seu marido ter alguém para além dela. Este é outro extremo do conceito de uma relação poliamoroza, onde uma das partes não tem direito a dar a sua opinião sobre a relação em questão, e a outra parte não se importa com o que a sua parceira sente em relação ao seu comportamento. Quando ouvimos falar disto pensamos uma de duas coisas: "o homem tem mais do que uma mulher, ele não a ama". ou " a mulher dele não diz nada em relação ao facto do marido ter mais do que uma mulher?!". Para nós  esta situação não é aceitável devido às nossas crenças, mas para estas civilizações é algo perfeitamente normal pois as suas culturas são diferentes das nossas.

     Poliamor é definido como praticar ou estar aberto a relacionamentos íntimos com mais do que um parceiro(a). 

     Com isto queria demonstrar que a natureza humana não é algo que se possa controlar ou restringir atreves de normas da sociedade ou pela cultura da mesma ditando o que é aceitável ou não. O conceito de monogamia leva à alienação do ser humano quanto à sua orientação amorosa e/ou sexual.   

     











As normas sociais que nos separam de nós mesmes

 Na falta de algo melhor para comentar vou falar de algo pessoal mas que associo, nem  que seja de forma distorcida, a este conceito de alienação, tanto na sua intenção original como nesta forma mais simples e romantizada de ser apenas a separação do ser humano à sua ''natureza'', a si mesmo.

  Algo que me incomoda profundamente hoje em dia é a condição a que somos submetidos baseada em normas completamente mal fundamentadas e irreais, que têm origem de uma cultura(talvez), com o único objetivo de oprimir na procura de superioridade. 

  Com isto, eu cresci a acreditar que sou só mais um peão sem direito a razão própria e embora eu tivesse noção de que haviam exceções, de pessoas que são ''diferentes'' quer porque gostam de alguém do mesmo género que o delas ou por terem uma identidade de género que não corresponde ao seu sexo biológico, foi me imposto que só os outros é que são assim e que não era o meu lugar questionar isso em relação a mim mesme, eu vejo isto como a separação de mim mesme a já estar imposta sem me deixar ter a oportunidade de ser humano.

Diferentes civilizações não se limitavam à norma atual de homem e mulher, desde os egípcios, onde se encontram referencias a um terceiro género ''Sekhet'', ao povo Buginês, da indonésia, que fazem referência a 5 géneros, e até aos povos indígenas americanos que falavam em ''dois-espíritos'', que eram pessoas que tradicionalmente executavam papeis associados a ambos os género masculino e feminino (o termo dois-espirito deriva da crença de que género era determinado pela alma/espirito da pessoa).

''To decimate kinship structures that variously occupy relationality outside of this linear path requires mimicry of an accepted European system that entails: a mother, who is a woman; a father, who is a man; and then a child who is coded man or female to ensure a continuation of the gender role assigned and the commodified reproduction of their future descendants'' (Kramer 2011,p381).

  Não só este passado colonial afeta a nossa visão(ainda atual) sobre a ideia de género, mas também afeta a ideai de sexo, que é igualmente tida como binária. Isto, claro surge da herança colonial que influência ainda hoje temáticas como a etnia, abrange os próprios investigadores de ramos cientifico, que normalmente, não tendem a ''complicar'' o assunto e mencionar, por exemplo, a existência de pessoas intersexo, que durante décadas foram ''apagadas'' de relatórios médicos, sendo mutiladas à nascença(como é o caso de David Reimer) para uma mais fácil implementação na sociedade binaria; da mesma maneira que não há grande debate junto do publico acerca de pessoas com características sexuais discordantes, por exemplo mulheres cisgénero com cromossomas associados ao sexo masculino, ou pessoas que sofrem com transtornos hormonais que criam conflitos a nível da determinação de sexo.

 No fundo, queria demonstrar como a visão binária de género leva à alienação do ser humano da sua própria identidade de género, algo que tanto eu como milhares de pessoas sentem numa sociedade constrangida à ideia de existência de apenas homem e mulher enquanto uma ode ao colonialismo e supremacia branca. Da mesma maneira que Marx fala da alienação económica, é possível falarmos de uma alienação a nível de praticamente qualquer aspeto da nossa sociedade pós industrial.

O novo citroen e os novos consumos

 

Barthes: o novo citroen

Se o automóvel hoje é um dos meio de transporte favorito a alguns anos atrás eram símbolo de status, poder e independência. Assim o Citroën abordado no texto, cai do céu como um objeto divino, atraente e irresistível. Onde os seus materiais passam a ser acariciados e observados detalhadamente como se se tratasse de um símbolo divino na terra.

Vamos relembrar poucos anos atrás quando deu-se o crescimento súbito da criação de automóveis em série, como o exemplo do ford T e posteriormente todos os automóveis no mundo. Os automóveis eram a partir desse momento produzidos de maneira mais barata, rápida que respondesse aos pedidos.

O poder de compra nesta altura nos Estados Unidos da América estava em modo crescente e fez com que grande parte dos adolescentes passassem a poder usar o seu próprio carro, e assim proporcionando uma nova dimensão.

Este assunto é abordado no livro Hit Makers de Deren Thompson, onde aqui o autor aborda, por exemplo, o aparecimento dos carros para este público mais jovem e a importância que isso desempenhou. Esta presença dos automóveis na vida dos adolescentes americanos fez com que ganhassem um novo espaço privado e com isso mais liberdade. Aqui podiam ter a sua própria independência dos pais, até para o exemplo de relações amorosas. Onde antes seria incomodo para algum adolescente levar o/a namorado/a a casa, precisavam de passar por uma fase de apresentação à família como era costume, agora, com o seu próprio veiculo isso deixava de acontecer porque como está presente no livro “os adolescentes americanos encontravam no carro a sua privacidade amorosa”.

Esta conexão entre a pessoa e o automóvel é também refletido no livro Buyology de Martin Lindstrom, onde é feito um estudo sobre a ligação e ao interesse das pessoas em relação a estar dentro de um automóvel novo. Aí, o autor do livro revela que existe algo que atraia o público: o cheiro a carro novo e o material.

O automóvel não era mais um simples método de transporte, mas sim uma experiência, um status e um desejo para grande parte do público. Neste livro desvendam também qual a razão por detrás deste interesse. O que suscitava esse interesse era o cheiro a carro novo, mas esse cheiro não é mais que um simples perfume, que faz atrair as pessoas. Tratasse de um incentivo que cria uma ideia de experiência de um carro novo.

A razão pela qual as marcas faziam uso destas ferramentas era para impulsionar a sua venda, o mesmo aconteceu anos mais tarde quando muitos dos clientes se queixavam que todos os carros eram pretos, e, nessa altura, as marcas começaram a criar automóveis de várias cores, o que resultou em impulsionar o mercado. No texto “o novo Citroen”,  é citado que “a vista é o sentido mais magico”, aquele que nos cativa e faz sonhar mais facilmente.

Os estímulos associados aos nossos sentidos são muito importantes, cada vez mais queremos algo que achamos bonito, cheire bem e que se mostre bem aos outros. Existem algumas técnicas

utilizadas por empresas que nos cativam e nem nos apercebemos. Um destes casos é a mini que quando começou a desenhar os seus automóveis criou-os de maneira que o público gostasse e achasse engraçado, assim surgem os minis cooper de pequenas dimensões, com grandes luzes (simbolizando olhos) e grelhas muito brilhantes. Estas características faziam com que o carro fosse associado a um desenho animado e assim criava uma conexão de carisma com os possíveis clientes.

Neste mesmo texto o automóvel é abordado de uma maneira tão irreal e divina que chega a ser colocado quase como objeto sexual de desejo“ o objeto é aqui totalmente prostituí-lo, transformado em objeto de apropriação e saída do seu de metropolis”.

Esta relação de “Déesse” é associada ao movimento da promoção pequeno-burguesa na medida em que o carro passa a ser um sonho, um desejo e um símbolo divino na terra. Concluímos assim que o aspeto visual é muitíssimo importante para a atração das pessoas, mas não só, o cheiro, o material e o status é igualmente muito influenciável nos gostos das pessoas. Concluímos também que em grande parte das vezes as marcas aproveitam-se desta nossa “fragilidade” para gerar o seu sucesso.

Biografia

Buyology, Martin Lindstrom 2008 

Hit Makers, Deren Thompson 2018

Vivo rápido, morro imediatamente

Não é raramente que identificamos que os conceitos de Natureza e Cultura são usados como opostos, eu próprio antes de estar presente na conversa que tivemos em aula sobre este tema não tinha uma clareza total sobre estes conceitos, sendo que estes pertencem ao mesmo espetro, apenas em lados opostos. 

Esta ideia fez-me pensar em todos os costumes que temos e como a evolução da sociedade moderna afastou as práticas culturais dos seus integrantes substituindo-as pela cultura do imediato visto que podemos dizer que escultura, pintura, literatura, etc... são práticas culturais mas hoje em dia uma narrativa fácil é mais apelativa à nossa disponibilidade. 

Quando é que questionar algo se tornou desinteressante?

Na Grécia antiga, por exemplo, a exposição destas práticas artísticas eram acompanhadas de grandes eventos culturais em que pessoas de vários estatutos se reuniam para discutir assuntos como a morte, religião, filosofia, ética e moral.

Quando a monarquia apareceu estes eventos eram um sinal de cultura e grandes posses sendo direcionados apenas para a nobreza.

Hoje em dia o teatro é monetariamente acessível a todas as classes, no entanto, deixou de ser uma prioridade devido ao vício à dopamina que é alimentado de forma gratuita pela informatização do quotidiano.

Será que a nossa cultura acaba por ser negligenciada em troca de gratificação imediata?



"A satisfação é um poço, vou caindo mas nunca toco no fundo. Vivo rápido, morro imediatamente." 

               - Papillon

    Enquanto leio textos com uma semântica mais rigorosa tendo a encontrar algo dentro do meu referencial cultural para criar uma ligação entre o que leio e o que conheço, numa tentativa de melhor retenção de informação e fluidez de pensamento.


    A leitura de Marx sobre os conceitos de fetiche e mercadoria, em particular a determinação do valor da mercadoria a partir das relações sociais entre os participantes, lembrou-me de “Century of the Self” - um documentário de Adam Curtis sobre a mudança no estilo de publicidade no século XX. As ideias de Edward Bernays teciam uma teia de sonhos, sempre representados materialmente, no subconsciente dos americanos. A indústria da beleza, agora dedicada às recém-formadas massas consumidoras desse século, impregna a ideia da perfeição desejada e atingível às donas de casa, por um preço apelativo e um skill set básico. 

    A super-mulher que cuidava da lida da casa, dos filhos e que no final do dia, quando chegava o marido a casa, recebia-o de penteado perfeito com a ajuda do seu ferro de encaracolar, olhos desenhados com o lápis mais recente do mercado e uma figura elegante provinda dos comprimidos de emagrecimento publicitados na revista. 


    Ao avançar para o século XXl, vemos o domínio que essa indústria manteve sobre o papel de uma mulher em sociedade. Apesar das críticas e da defesa do amor-próprio e autêntico, o corpo é, mais que nunca, distanciado do sujeito por si próprio e associado ao sujeito por outros. Como resultado do ambiente em que estão inseridas, as mulheres são valorizadas de acordo com o seu contributo físico.     Neste esquema, o corpo pode ser visto como um produto. Embrenhado, claro, de uma identidade, mas acima de tudo um produto.




    Na Met Gala de 2021, Kim Kardashian - uma celebridade infame, não só mas também, pela influência que o seu corpo causou nos media e standards irrealistas de beleza - usou uma indumentária composta por uma t-shirt colante preta da cabeça aos pés. Apesar da cobertura completa da marca
Balenciaga fazer sentir a ideia do anonimato, a figura de Kim K. é imediatamente reconhecível como a sua marca. Como todos os anos, o Met teve um tema e este ano esse foi
American Fashion.
Dentro das inúmeras teorias que surgiram para justificar a escolha de indumentária, a minha favorita é a de que não há nada mais americano do que criar um sonho consumista - figura alterada por meio de posses- que entretém e com um valor questionável que ninguém, na realidade, pode realizar.

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Alienação Almoçada

Neste semestre eu estive a pesquisar um dos novos conceitos da antropologia contemporânea, defendido e sustentado pela Donna Haraway, conhecido como natureculture. A ideia é reconhecer natureza e cultura como um sistema inseparável dentro das relações ecológicas que são socialmente e biofísicamente formadas. A escritora acaba por colocar uma interrogação no porquê esse dualismo entre o natural e o herdado sempre existiu na nossa consciência humana. 

Por "cultura" entendemos ser tudo aquilo que nós aprendemos: culinária, língua, música, tradições e tantos mais. No entanto, se olharmos para as relações estabelecidas entre um grupo de animais, podemos claramente perceber o nicho ecológico criado e desenvolvido por cada espécie no mundo. As tradições de banho entre os elefantes, os encontros de macacos para recolha de parasitas nos corpos uns dos outros, a forma de exibição durante um acasalamento, tudo isso é herdado da mesma forma e tão arcaicamente entre os animais e entre nós.

Diante desse cenário e do que foi presenciado nas aulas de Cultura Visual, é curioso pensar como o Ser Humano intitulou-se enquanto um Ser Cultural, automaticamente a ignorar toda e qualquer possibilidade de uma ligação com o Ser animal. Essa alienação, criada quando a sociedade ainda começou a se organizar em terras sedentárias, agravou um deslocamento no espaço-tempo e o consequente estranhamento de nós com outros seres vivos. A própria criação dos zoológicos no paradigma do Século XIX é um resultado dessa vaidade humana que insiste em dominar e construir uma falsa consciência da realidade. Não é de se surpreender, também, quando Charles Darwin criou a teoria evolucionista e esta foi amplamente mal aceita e motivo de chacota na imprensa quando primeiramente divulgada.

Ignoramos o natural, mas esquecemos que acabamos também por ignorar a maior naturalidade de todas as vidas: a morte.

O alimento de origem animal produzido pela indústria é, até hoje, o resultado desse distanciamento que nós temos com a morte e com as condições envolvidas no falecimento de outros seres vivos. O "filtro" que colocamos pelas relações e coisas que vivemos não permite alcançar uma equidade no patamar com os animais. 

Somos Seres Culturais, não animais.

Júlia Prata, nº 12483.

O Real, O Simbólico e O Imaginário

     Na perspetiva Lacaniana o Real é impossível. No entanto, Lacan utiliza os termos do Simbólico e do Imaginário para o definir.

    Jean Claude-Milner (2006) define esse registro como: "um agregado onde não se estabeleça nenhum laço, nenhuma propriedade, nenhuma similitude ou dissimilitude, isso é o real" (MILNER, 2006, p.49). É importante mencionar que para Lacan o conceito de Real e realidade tem significados diferentes, o Real "não cessa de não se inscrever" ou seja tenta-se dar significado aquilo que não tem sentido. Dar sentido a algo é a função do Simbólico, mas paradoxalmente o sentido é sempre Imaginário. Para o psicanalista o Simbólico é um registo responsável por organizar e ordenar, só a partir dele é que se poderá ordenar o Real e o Imaginário. Já o Imaginário assume uma conotação de ilusão, trata-se da relação que um indivíduo estabelece com a formação da sua imagem perante algo.

    Conciliando estes três registos (Real, Simbólico e Imaginário), Lacan, em 1936, cria uma expressão designada de estádio do espelho, que ilustra um momento psíquico da evolução humana que decorre entre os 6 a 18 meses de vida. É uma experiência onde a criança perceciona a imagem que vê no espelho. No início, a aparência é a de um desconhecido, mas com o passar do tempo apercebe-se que representa a sua pessoa, já que se apercebe que o espelho é uma superfície lisa e fria e, por isso, não pode ser outro bebé e assim acaba por se reconhecer como sendo ela própria. Esta terminologia tem origem na experiência de Henri Wallon, em 1931, denominada de prova do espelho onde a criança é colocada diante de um espelho e passa progressivamente a distinguir o seu próprio corpo da sua imagem refletida, o que retrata uma compreensão simbólica do espaço imaginário. Lacan diverge da ideia de Wallon concluindo que o processo de auto-reconhecimento da criança não é algo consciente, mas sim um processo inconsciente que faz parte do imaginário da criança. 

Hugo Ferreira, Nº12740

    

Mudanças

Certo dia, o meu irmão decidiu renovar o seu quarto. Para tal, decidiu entregar-me alguma da sua mobília antiga para dar espaço à nova, colocando-a no meu quarto. No entanto, para esta se inserir, uma grande mudança teve de ocorrer no espaço, retirando-se e rodando objetos, colocando-se novos elementos, até o cenário ter ficado totalmente diferente. Quando retornei ao quarto, deu por mim com uma paisagem totalmente diferente. Embora mais organizado, e, francamente, espaçoso, a minha primeira reação foi de desgosto. No que toca a falsificar emoções, sou péssima atriz; foi nesse pequeno momento que o meu pai, sendo honesto, me falou "Tens de te habituar às mudanças". Mudanças, podendo ser boas ou más, começam sempre por ser inicialmente desconfortáveis. Todos gostamos de viver na nossa pequena bolha de conforto, e se alguém decide ir lá rebentá-la, não estamos prontos para encarar o exterior.

No entanto, embora tenha havido uma transformação, o meu quarto continua a ser o mesmo espaço de sempre. O calor, o seu tamanho, o armário inbutido na parede, e todas as suas outras caracteristicas que o distinguem das outras divisões da casa, continuam lá. Não é por ter alterado o seu significante, que o significado tenha mudado. Este ainda permanece. Tais como palavras mudam o seu som e a sua forma linguistica consoante a lingua, a sua essência, o seu significado universal permanece, até certo ponto, imutável.

Mudanças, consoante o seu contexto, conseguem ser altamente perturbadoras, ou excelentes oportunidades de crescimento, pois tiram-nos da nossa zona de conforto. Claro que se demolisse o meu quarto, e construisse um novo por cima já não seria mais o mesmo. Aí, já seria uma autêntica transformação, acabando por perder até um pouco do seu significado original.

Atualmente, prefiro o conforto e funcionalidade do meu quarto, ao que se encontrava anteriormente; apesar da estranheza inicial, logo me afeiçoei e me adaptei após sentir a mesma familiaridade e intimidade que sinto com o espaço.


Natureza e Cultura

     A natureza é constituída pelos fenômenos do mundo físico, esta inclui plantas, animais, paisagens e outras características e produtos da Terra, em oposição ao ser humano e as suas criações. As criações do homem introduziram o conceito da cultura. Esta é tudo aquilo que o homem constrói modificando a natureza. 

    A cultura são as ideias, os costumes, o comportamento social de um determinado grupo da sociedade.

    Como qualquer ser vivo habitante na natureza, o homem tem o hábito de se alimentar, a única diferença entre estes é que o homem transforma os alimentos antes de os consumir. 

    Com a evolução o homem adquiriu novos conhecimentos e técnicas no que diz respeito à arte de manusear os produtos alimentares. Cada zona geográfica trouxe grande impacto, devido aos costumes e estilos de vida diferentes, na maneira de como os alimentos são transformados, este processo é conhecido como culinária. Esta representa a arte de confecionar os alimentos e evolui ao longo da história de cada povo tornando-se assim parte da cultura deste. Nos dias de hoje a cultura gastronómica é tão variada que cada prato pode ter diferentes interpretações. 

    Concluímos assim que a culinária distingue a natureza da cultura, pois a culinária transforma o que a natureza oferece em cultura.


A música e o seu efeito sobre o ser humano

            Segundo a definição que consta no website Wikipédia “A música […] é uma forma de arte que se constitui na combinação de vários sons e ritmos…”.

            Um som na sua forma mais essencial não é mais que a vibração de partículas a uma determinada frequência num determinado espaço e tempo, o que permite a qualquer ser vivo com capacidade de audição de o sentir, embora se possa colocar a questão se, dada uma sequência de sons, todos estes seres vivos têm a capacidade de construir uma frase melódica (isto é, serem capazes de identificar os diferentes sons e ritmos) e consequentemente, ouvir a música. A relação existente entre o significado (sequência de sons e ritmos) e significante (o que é ouvido e interpretado pelo sujeito em questão) deste tema dá origem a um dilema sobre o caráter da origem da música: será este de caráter natural ou cultural?

            Um estudo conduzido por um psicólogo de animais na Universidade de Wisconsin-Madison revela que, embora alguns intervalos de frequências audíveis pelo ser humano não possam ser apreciados por outras espécies, animais também são capazes de apreciar e por vezes até mesmo compor música. Assim sendo torna-se evidente que a música não é intrínseca da existência humana, e, portanto, a sua origem é de caráter natural.

            Contudo a música não deixa de ter um aspeto cultural, uma vez que sempre foi, e continua a ser, uma arte praticada e estudada por pessoas de todas as partes do mundo, dando origem aos inúmeros géneros musicais que são hoje oficialmente reconhecidos (para além dos que ainda não foram descobertos). Cada cultura tem a oportunidade de desenvolver caraterísticas musicais, sendo estes alguns exemplos: Habaneras, Tango e Flamenco têm origens cubanas/espanholas, Jazz, Blues e HipHop têm influências africanas, entre outros…

            Esta variedade de géneros musicais tem um impacto constante sobre todas as pessoas, isto é, o gosto musical de cada pessoa é influenciado pelas tendências musicais da maioria das pessoas. Por exemplo, na atualidade, é muito reduzida a quantidade de pessoas apreciadora de música Barroca comparado com o tempo em que este género era considerado uma tendência uma vez que surgiram novos géneros musicais considerados atualmente mais agradáveis de serem ouvidos, analogamente um indivíduo que viveu no período pré-histórico não teve oportunidade de apreciar géneros musicais da atualidade, como Rap, uma vez que ainda não tinha sido culturalmente explorado.


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Obsessão

 O vício da sociedade pelos media, jogos e séries é uma obsessão notável no dia a dia. 

A obsessão é caracterizada pelos pensamentos involuntários associados a objetos, religiões, atividades e relações sociais, que prendem a mente a ideias fixas e à perseguição por algo, que no momento, consideramos ser essencial para viver. 

O desejo excessivo resulta na ausência de consciência, tornando difícil ao ser humano perceber a sua dependência psicológica a essa ideia bem como a indiferença e a “cegueira” perante o mundo que o rodeia, demonstrando assim a alienação perante a vida real.

A alienação foi explicada por Karl Marx no âmbito laboral, defendendo que esta acontece quando um trabalhador participa apenas numa parte do processo e não está ligado ao produto final. Esta separação do trabalhador com o produto do seu trabalho, afasta o homem de si mesmo, tornando-o apático perante a sua realidade, e vivendo em modo automático e compulsivo.

Esta forma de viver pode ser, por um lado, intensa pelo constante comportamento repetitivo, e por outro, vazia pela diminuição da sua capacidade de pensar e agir por si próprio, com razão. 

A obsessão é pois, uma condição psicológica que atualmente ocorre com bastante frequência, restringindo a participação do homem apenas a uma “parte do processo”, sem ligação ao “produto real", que é o ambiente em que se insere, separando-o da natureza e da sociedade.

Segmentação - O reforço das diferenças

     

    O ser Humano é todo ele diferente, quer seja nas suas características físicas, capacidades sociais e económicas ou mesmo nos seus gostos. Como tal, e com o "avançar" da sociedade ficamos expostos á segmentação. A segmentação resulta da divisão do mercado em grupos mais pequenos. É perceptível no dia a dia, por exemplo, na compra de um menu Happy-Meal no MacDonalds. O menu tem como público-alvo as crianças e como tal inclui um brinde, de modo a incentivar a sua escolha. O brinde difere consoante o sexo da criança que o vai consumir. Tal acontece de forma a alcançar dois tipos de público-alvo, visto que diferentes grupos tem diferentes características. 

    Assim, através do brinde, são reforçadas as diferenças entre indivíduos do sexo feminino e do sexo masculino, uns recebem uma boneca e outros um carrinho, respetivamente. Este brinde legitima a segmentação, na medida em que provoca gratificação social nos consumidores. Uma criança do sexo masculino ficaria, na maioria dos casos, contente se o seu brinde fosse um carrinho e vice-versa.

    Em suma a segmentação reforça as diferenças existentes entre Humanos, que é legitimada pelos próprios consumidores.

Orientação sexual e a falsa consciência

    Quando vemos alguém a passar por nós na rua, é fácil de perceber a sua classe económica apenas pela sua aparência? E a sua orientação sexual?

    A falsa consciência, como conceito derivado da teoria de classe social de Marx, refere-se “à deturpação sistemática das relações sociais dominantes na consciência das classes subordinadas”. Assim, denota a incapacidade das pessoas de reconhecerem a desigualdade, opressão e exploração que acontece na sociedade por causa da prevalência dentro desta de visões que banalizam e legitimam a existência de classes sociais.

    Apesar de ser mencionado maioritariamente no tema de economia e trabalho, desde o final do século XX, este conceito tem sido aplicado em discussões sobre opressão de género, orientação sexual, etnia e raça.

    No nosso dia a dia, é normalizado que uma pessoa é heterossexual por definição, o que faz com que seja necessário às pessoas que não o são a contarem à sua família, amigos, conhecidos e qualquer nova pessoa que entra na sua vida.

    Assim, tal como as pessoas de classes mais baixas têm impostas a ideia de que é normal ter de trabalhar das 9h às 17h todos os dias para conseguir dinheiro para as suas necessidades, pessoas LGBTQ+ têm impostas a ideia de “sair do armário” ou esconder a sua orientação até saberem se é seguro contar para aquela pessoa ou grupo e, se não, esconder sempre uma parte de quem são enquanto estão com ela(s).

    Ambas estas ideias foram impostas pelos grupos maioritários respetivos e foram tornadas num assunto trivial que elas têm a obrigação de enfrentar apenas porque foi normalizado por esses grupos, sem terem em conta a injustiça que causa.

    Então, é possível perceber a classe económica e/ou orientação sexual de alguém que passou por nós por alguns segundos uma única vez? Provavelmente não sem fazermos algum tipo de generalização e sem passar-nos pela cabeça alguma destas ideias colocadas pela falsa consciência.

Cameras obscuras contemporâneas (parte 1)

 Lidar com a consciência das várias formas de viver a realidade social tem sido uma experiência especialmente emocional para mim.

Os media e as redes sociais vieram solidificar as paredes das nossas próprias cameras obscuras, separando cada vez mais a nossa a perceção da de outras pessoas, fomentando a confiança que cada um tem nas suas próprias ideias e ideologias, com grande certeza e convicção. O que nos deixa muitas vezes profundamente incomodados quando nos deparamos com pessoas que partilham uma opinião diferente, às vezes até ofendidos.  

O tipo de consciência mais correto a adotar, principalmente nesta contemporaneidade, é o de todos os níveis sociais possíveis: é sentar num palco de frente para o público, e onde todos os espectadores estão todos de costas para ti, absortos no espetáculo das suas próprias cameras obscuras, e onde és capaz de ver várias perceções ao mesmo tempo. Também é necessário fomentar em nós próprios os mecanismos que fazem a nossa máquina social funcionar e criar essas visões tão divergentes.

Venho de uma família de gerações de polícias, GNRs, militares, e outros corpos de intervenção, o que me proporcionou o melhor palco possível para entender porque são tão auto vitimizados, incompetentes, odiáveis, e ao mesmo tempo infantis, ingênuos, e auto destrutivos.  

Para mais facilmente explicitar a minha perspetiva irei usar o exemplo do meu pai. Nascido na década de 70 numa vila longe de tudo onde o 25 de abril deve ter chegado, com sorte, nos anos 90, ele teve a toda a formação à Estado Novo onde a autoridade quer fosse o pai dele, o professor, o padre ou Deus, era o centro de toda a sua realidade como a de todos à sua volta. Já de início o melhor começo de vida possível para exercer a sua profissão. Nos seus 20 anos, vem trabalhar para Lisboa como polícia e trás consigo a camera obscura que durante toda a sua vida teve o cuidado de construir. 

...

Tudo está tão distante, mas ao mesmo tempo tão próximo


De acordo com a física, o tempo é uma linha contínua, não existindo passado, presente ou futuro. O mesmo se pode dizer com o espaço. Para que estas noções de tempo e de espaço se formem é exigido um sujeito. Na aula de dia 9 de novembro, durante o “passeio” pela  Faculdade de Belas-Artes, o professor de Cultura Visual explicou-nos estas noções.

Falou-nos também do edifício da FBAUL, da sua história e de todo o contexto da zona da Baixa Chiado. Naturalmente, abordou o tema do terramoto de 1755, e, curiosamente, mencionou um espaço que me é muito familiar, a Escola Artística de Dança do Conservatório Nacional, com que convivi durante cerca de 9 anos. São edifícios com histórias semelhantes, atravessaram décadas, séculos até chegar a nós, com várias alterações, ocupações e ambientes. E neste momento ambas são escolas de ensino artístico. 

Durante os meus anos no conservatório sempre me fascinei pela história do edifício. Às vezes dava por mim a subir as escadas de degraus altos de pedra grossa e muito gasta, idênticas às das Belas-Artes, e a pensar no que já teria acontecido ali. Quem teria vivido e morrido ali. E pensava sempre em mim com uma privilegiada, por poder “pisar história”. Quando entrei em 2019 para esta faculdade, anos depois de sair do conservatório, dei por mim a ter os mesmos pensamentos. 

No conservatório tive a sorte de ter um excelente professor de Educação Visual, Rui Oliveira, que tal como o professor João Paulo Queiroz, nos educou sobre a história do lugar onde estudávamos. Lembro-me de estar à janela com um colega, e o professor vir ter connosco e no desenrolar da conversa nos contar que aquele edifício tinha sido um palacete presenteado ao Marquês de Pombal após as reconstruções de Lisboa depois do terramoto. Contou-nos que por onde entram atualmente os alunos na escola, ficavam os estábulos para os cavalos dos convidados. 

Nas Belas-artes, o professor João Paulo Queiroz contou-nos que a entrada atual da faculdade originalmente não existia, mas que depois do desastre foi improvisada. Explicou-nos que o edifício já foi um mosteiro e uma biblioteca, entre outras coisas, e que no atual Largo da Academia Nacional de Belas Artes havia uma pequena igreja.

 

 Iniciei esta reflexão falando sobre a continuidade do tempo e é com ela que a termino. 

Vivemos numa linha infinita de tempo. A consciencialização desta realidade parece que acentua o meu interesse e fascínio pelos espaços e pelas suas histórias ou até memórias. — Estaremos nós assim tão longe desses tempos, em que os edifícios foram construídos e destruídos e reconstruídos, e das pessoas que os habitaram? 

É uma pergunta sem resposta, mas que me dá prazer colocar e refletir sobre ela. É inimaginável tudo o que já se viveu num espaço como a Faculdade de Belas-Artes e a EADCN, no “meu tempo” apenas EDCN. Tudo está tão distante, mas ao mesmo tempo tão próximo tendo em conta esta noção de continuidade temporal. Desses tempos “distantes” restam as marcas físicas, como estes dois edifícios, e, na realidade, tudo aquilo que o ser humano foi capaz de criar e que permanece nesta linha do tempo. Talvez por este motivo a Arte seja tão importante, pela marca humana mais pura que representa. A Arte é a única criação humana sem uma utilidade propriamente dita, não é essencial. É o ato de criar por criar. E é o ato de contemplar por contemplar à margem de qualquer tempo.


Margarida Bolsa, nº 12714

Mi arte mi Mercaduria

 El término fetiche significa objeto animado o inanimado, hecho por el hombre o producido por la naturaleza, al que se le atribuye y se adora un poder sobrenatural, este fue un término que causo curiosidad en Karl Marx, donde, inspirado por la parábola de Moisés nos lleva a la conclusión de cómo funciona el mundo capitalista y como le damos valor a las cosas materiales tanto como si estas tuvieran vida propia  y crean esa necesidad de tenerlas porque en ellas encontramos de alguna manera refugio y felicidad.   

 Ahora quiero traer esa idea al pensamiento de lo que significa ser Artista en un mundo moderno capitalista. mo puedo yo en cuanto artista sobrevivir de mi propia arte, es decir como hago de mi arte un trabajo de tiempo completo. Creo que no hay manera de hacerlo sin que mi arte pase a ser filtrada como en la cámara oscura o la Pera. La cual al ser vendida deja de ser una fruta para convertirse en mercaduría. Entonces mi arte es mercaduría, esto crea en mi un conflicto puesto que el arte que hago surge de la necesidad de expresarme y no con la intención de venderla, pero al final del día acaba por llegar a tener ese concepto puesto que si mi futuro es dedicarme al arte tengo de hacer de ella un producto de alguna manera. 

 

Cuando creo lo hago por pasión quiero hacer de esto mi profesión, no quiero trabajar como antes tiempo completo en otros trabajos simplemente por la necesidad, quiero pagar cuentas viviendo como artista y como hago esto manteniendo me al margen de mis morales. Sera asumir que la intención es crear y después intentar vender y no crear para vender y hacer de mi arte un producto comercial que sigue solo tendencias?  





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O típico


Hoje acordei para visitar o local, com o qual terei de dialogar para criar o meu projeto de escultura. Mas acabei por me deparar com algo que me deixou extremamente revoltado, como um voltar a infância e um voltar ao meio onde cresci.

  Hoje fui a uma pequena aldeia mineira chamada Lousal, que é um espelho do Alentejo em que cresci, que tem menos do que o Alentejo em que os meus pais cresceram, que tem mais do que o Alentejo em que os próximos vão viver. Um Alentejo em coberto de lonas brancas, com aquelas típicas folhas brancas que dizem: em manutenção. É pena estas folhas não terem data, pois pelo tempo que muitas tem já podiam ser consideradas relíquias. Foi assim que eu cresci, numa cidade de relíquias, uma escola que é uma relíquia, com um cinema que é uma relíquia, museus que relíquias são, todos com os mesmos vulgares papeis brancos a dizer: em manutenção. Eu tenho uma vaga ideia de como eram estes sítios antes do aparecimento destes papeis que parecem ter algo em comum com as ortigas, espalham-se e parece que há de dar comichão arrancá-las.

  Como é que possível alguém crescer completo privado do que tem a frente dos olhos por mero egoísmo daqueles que mandam, tenho presente na minha memoria que todos os anos desde que sou pequeno ouço avante camarada avante, mas avante onde se todas as portas por onde quis entrar estavam e permanecem fechadas com os mesmos papeis brancos onde esta escrito: em manutenção. Eu não cresci numa pequena aldeia mineira. Eu cresci numa cidade com 16 mil habitantes, que vivem a espera que estes papeis sejam arrancados como se faz com as ervas daninhas, para se poder ver o que esta por baixo.

  Precisei entrar hoje nesta pequena aldeia para sair do estado dormente em que me encontrava. Precisei de bater numa porta que não esperava ter fechada para me lembrar que aquelas que encontrei toda a vida fechadas não o deveriam estar. Percebi hoje que consenti toda vida com estes papeis, que me deixei levar por me dizerem que não tinha idade ou que não tinha voz, mas hoje sei que tenho uma voz, que não grito em rebanho: avante camarada avante, pois enquanto estes se ocupam a lamber os taxos, eu bato de frente nos papeis brancos que dizem: em manutenção. 
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“The Trial of the Chicago 7”, resistência e incorporação

  Um dos mecanismos de auto manutenção do capitalismo tardio é a incorporação cultural . Esta consiste na capacidade da ideologia predominan...